Olhar Atento 6#: A marca natalícia

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Crónica de 26 de Dezembro de 2011

O Natal costuma marcar a primeira metade do campeonato em Portugal. Não sei se é apenas minha impressão, mas este ano está particularmente incomodativo verificar que não conseguimos ter mais de 3 semanas seguidas de campeonato português, sem que se faça uma pausa. Seja para as selecções, para a taça da liga, simplesmente para abrir prendas ou para comer um kit-kat. Tudo parece ser suficientemente importante para pararmos o campeonato, pelo que este ano nem a metade chegámos.

Digo isto porque o “síndrome do Natal” é assim desvirtuado e as tradicionais brincadeiras e picardias entre benfiquistas e sportinguistas acabam por não fazer sentido. O Sporting apresentou, durante muitos anos, uma incapacidade forte em conseguir superar a fasquia do Natal ainda lutando pelo título de campeão português, ou mantendo a mesma estrutura técnica ou simplesmente mantendo a fé e confiança dos adeptos. Este ano tudo parece ser diferente, para melhor! O Sporting está a distância relativamente curta da liderança, é o principal candidato a vencer a Taça de Portugal (de que Benfica e Porto já se despediram) e está moralizado numa boa campanha europeia. A equipa, apesar de ter perdido na Luz, parece ter agradado aos adeptos e há muitos anos não se viam sequências de vitórias na casa das dezenas de jogos.

Mas será mesmo assim? Estará o complexo da barreira natalícia ultrapassado? Os próximos dois jogos do campeonato o demonstrarão, mas não são pêra doce: FC Porto em casa e SC Braga fora.

Passando estes dois jogos com 4 pontos alcançados, acredito num Sporting que esteja na luta pelos primeiros lugares no final da temporada. Mas apenas se a vitória for contra o FC Porto, pois caso contrário, e assumindo que o Benfica cumpre com a sua obrigação de vencer em Leiria, ficará a 9 pontos de distância… de cada um dos principais rivais E se recuperar 9 pontos em metade da época não é tarefa fácil para qualquer equipa. Recuperar 18 parece-me que seria necessário que o campeonato durasse… forever.

Por Bernardo Fernandes

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Não se esconda, vá a jogo!

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